quarta-feira, 27 de abril de 2011

PARA ONDE VAMOS?




Nossa primeira atitude é, sempre, a de julgar o outro em seus feitos. Difícil não julgar uma mulher, mãe, que coloca um filho em uma caçamba de entulhos. A criança naquele momento era seu entulho, como todo o restante que se vai à caçamba.
Fato é, que aquela mulher não se deu conta de seu ato, desde a concepção daquela criança. Fato é, que tantas outras pessoas são abandonadas, simbólica e literalmente, por todos.
A atitude daquela mulher é a atitude desesperada de alguém que está além dos limites, até mesmo do imaginário. Perdeu o contato com a realidade.
Falta, em nosso país, política séria de saúde mental. "Artigo de luxo" é encontrar médico com especialidade em psiquiatria na rede pública, como também são os psicólogos, figuras ainda distantes da saúde pública.
Faltam médicos, mostram algumas reportagens de sempre, mas sempre vão faltar, posto que nossas universidades não formam profissionais para o serviço público. Faltam vagas para psicólogos na rede pública, embora sobrem problemas nos quais a intervenção psicológica pudesse resolver.
Aquela vil mulher dispensou em uma caçamba o "bebê entulho" que atravancava seu caminho, escancarando a ferida da saúde pública que ainda dá passos tímidos rumo ao acompanhamento e aconselhamento.

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