quarta-feira, 27 de abril de 2011

PARA ONDE VAMOS?




Nossa primeira atitude é, sempre, a de julgar o outro em seus feitos. Difícil não julgar uma mulher, mãe, que coloca um filho em uma caçamba de entulhos. A criança naquele momento era seu entulho, como todo o restante que se vai à caçamba.
Fato é, que aquela mulher não se deu conta de seu ato, desde a concepção daquela criança. Fato é, que tantas outras pessoas são abandonadas, simbólica e literalmente, por todos.
A atitude daquela mulher é a atitude desesperada de alguém que está além dos limites, até mesmo do imaginário. Perdeu o contato com a realidade.
Falta, em nosso país, política séria de saúde mental. "Artigo de luxo" é encontrar médico com especialidade em psiquiatria na rede pública, como também são os psicólogos, figuras ainda distantes da saúde pública.
Faltam médicos, mostram algumas reportagens de sempre, mas sempre vão faltar, posto que nossas universidades não formam profissionais para o serviço público. Faltam vagas para psicólogos na rede pública, embora sobrem problemas nos quais a intervenção psicológica pudesse resolver.
Aquela vil mulher dispensou em uma caçamba o "bebê entulho" que atravancava seu caminho, escancarando a ferida da saúde pública que ainda dá passos tímidos rumo ao acompanhamento e aconselhamento.

domingo, 10 de abril de 2011

CONSTERNAÇÃO






Mais uma vez, consternados pelos acontecimentos da última semana, procuramos respostas para o ocorrido. Mas não há resposta, ou quem sabe investigação que possa dar conta de justificar a atrocidade do ato praticado.
As explicações versam sobre algum tipo de patologia, quem sabe um transtorno mais grave, que acometeu o autor do ato devastador de vidas. A atitude do rapaz, assassino, depois suicida nos leva à reflexão do quando isso tudo começa, sem querer buscar culpados, mas responsáveis, isso sim. O caso do Rio de Janeiro não é isolado, há centenas de outros, de menor poder ofensivo, porém também violentos.
Afirmo sempre que a responsabilidade inicial é da família, posto que é a primeira organização psicossocial a que todo indivíduo faz parte. No seio da família, em que pese a falta de amor, afeto, relações saudáveis, posto que em alguns casos sobre agressividade, hostilidade, autoritarismo, indulgência, a formação do indivíduo se compromete, em alguns casos de maneira irreversível. Sobram pais que atendem solicitações e pedidos, mas faltam os que atendem demandas, pois demandas são reais, internas, afetivas, negligenciando limites e regras, importantes instrumentos de aprendizado de conduta e cidadania.
Isto posto, as crianças saem do seio, sem entrar na discussão se este seio é bom ou mau, da família indo direto para a escola. A entidade escolar diz que seu papel é a educação acadêmica, fazendo, muitas vezes, vistas grossas para aquilo que fica estampado nas relações. A prioridade é ensinar matemática, português e toda a sorte de conhecimento, excetuando-se o conhecimento da cidadania. Menos ainda, faltam, às entidades escolares, o olhar verdadeiro de quem convive e participa de relações sociais de escolha.
Voltando aos momentos de discussão social, em torno da tragédia da vida real, o momento é de questionar as responsabilidades, não simplesmente buscar formas de tentar conter a violência "trancando portas". Interação entre família e escola, dentre outras agremiações sociais me parece mais sensato. Está na hora de, para não dizer que já passou dela, buscar-se soluções muito mais do que diagnósticos de um indivíduo sem estruturas que praticou uma atrocidade, mas que já morreu - graças a Deus! Penso que a esta altura o diagnóstico dele é dispensável.
É preciso agora cuidar bem, aliás muito bem, das crianças que assistiram a tudo, sem esquecer de olhar para todos os outros indivíduos que freqüentam a sociedade como um todo, sem isenção de responsabilidades. Olhar para outras formas de violência que purulam pela rede mundial de computadores, como demonstração de agressão mútua que se tornam uma espécie de prêmio para crianças e adolescentes sem limites, filhos de pais negligentes, estudantes de escolas isentas e insensíveis.
Ouvi estes dias uma enquete sobre "a escola é um lugar seguro?". Isso me parece muito menos importante do que o olhar do professor para seus alunos que, demonstram seus problemas em sala de aula, mas não são vistos, nem enxergados, tampouco escutados. É preciso uma certa mobilização para "auscultarmos" o significado da chacina da última semana, certamente simboliza o retrato da insensibilidade do praticante e de toda a sociedade a sua volta.
Uns aparecem diante das câmeras dizendo "era um rapaz quieto", outros "um tipo estranho", outros ainda afirmam "era muito introvertido e não se relacionava com os outros". Fato: ninguém fez nada para entender, ajudar, e até evitar a tragédia quase anunciada. Em alguns casos, para não dizer na maioria, é mais fácil "despachar" o problema do que observar e dar um encaminhamento a ele.
Responsabilidade. Acredito que a responsabilidade pelo ocorrido é uma junção de fatos e fatores representativos de toda a sociedade, necessitando que cada um de nós exerça o seu papel, assumindo a sua parcela de responsabilidade. A inversão de valores está aí, diante de nós e o que fazemos?
Pais ameaçados por filhos rebeldes, reféns de sua má conduta como pais. Escolas perdidas em seu papel educativo, que refletem uma sociedade à beira do colapso. Assim, vamos transferindo a responsabilidade, até o próximo evento trágico a nos chamar a atenção.
A aparente busca por entender qual era a patologia ou transtorno do tal sujeito, parece-me uma forma bem interessante de nos eximirmos de nossa responsabilidade afirmando assim: Ah, sim ele era sei lá o que!

sábado, 2 de abril de 2011

NOVIDADE NA TV...







Novidades em breve... Aguardem!!! Todos vão gostar, vão aprender, vão se inspirar... quem sabe se tratar.