sábado, 5 de junho de 2010

PHANTOM OF THE OPERA


No subterrâneo de nossa mente habita uma espécie de fantasma: nossa sombra. Ela pode ser o depósito de tudo quanto não queremos em nós mesmos, mas pode ser a fonte criadora e criativa de formas bem elaboradas de nós mesmos. O contato com nossa sombra, de maneira verdadeira, faz com que nos conheçamos um tanto mais, oferecendo-nos a possibilidade de nos tornarmos mais autênticos e verdadeiros. Nos tornamos mais seguros de nós mesmos, poupando-nos da crítica alheia.
Esta é minha versão, em imagem e palavra, de O Fantasma da Ópera - obra prima de Gaston Leroux, brilhantemente musicada por Andrew Lloyd Webber. Em alguns momentos nos expomos em emoção, escondendo a razão, noutros momentos, porém, prevalece a razão. Quem somos de fato? Melhor seria se fôssemos razão e emoção, numa mescla bem equilibrada, mas aí perderíamos a força que irrompe nossos seres em momentos de necessidade maior, em que há necessidade de sermos só um, ou outro.
O Fantasma da Ópera, somos nós mesmos, quando nos aprisionamos e tentamos aprisionar o outro aos nossos caprichos. Porém O Fantasma da Ópera também nos é familiar em seus amores verdadeiros e encantos sedutores e envolventes. Apaixonantes, assim devemos ser em nosso cotidiano, posto que mostrando nossa sensibilidade, nos mostramos também.
Muitos ainda tem medo de mostrar o rosto, medo de mostrar suas cicatrizes, cunhadas pela vida. A máscara pode encobrir, de maneira racional, o que emoções devem mostrar, mas há sempre o outro lado exposto, disposto a escancarar. Somos pluraridade, personas que convivem com o romantismo de nossa própria existência, cunhados consciente e inconscientemente por nós e pelo coletivo a que participamos e bebemos. Nossa versão de O Fantasma da Ópera se mostra sempre.