domingo, 19 de junho de 2011

POLÊMICA E DROGAS






Dia destes houve, em São Paulo, uma tal “marcha pela liberdade de expressão”, forma escolhida para se propor a liberação da maconha. Mas como liberar uma droga que tanto mal faz à sociedade? Dizem os apologistas de plantão que “a maconha não faz mal” ou que “não vicia”. Argumentos frágeis diante de tantos estudos que comprovam o óbvio prejuízo que esta, além de outras drogas, trazem ao ser humano. Atendi, em minha vida profissional, muitos usuários de cocaína e crack, todos começaram com a “inocente e inofensiva” maconha. Nunca atendi um dependente químico se quer que não tivesse começado pela maconha.

O pseudo movimento pela liberdade de expressão, na verdade carrega a bandeira da liberalização do livre consumo da maconha, afirmando que poderia ser taxada e impostos recolhidos, não levando em consideração as consequências drásticas. Certamente estes impostos poderiam ser utilizados, depois, no tratamento aos problemas de saúde pública que tal ato geraria, por exemplo.

Pensemos um pouco, sobre a liberdade de expressão. Imaginemos os que não gostam de negros, ou afro-descendentes, os que não toleram homossexuais, nem relações homoafetivas, ou até mesmo os adeptos da pedofilia, todos poderiam participar da tal marcha pela liberdade de expressão sem, contudo, fazer apologia a crimes hediondos.

Atitudes como a de acreditar na “inocência” destas marchas, levam-nos a perceber a fragilidade da liberação de expressão. Aliás ninguém é livre, num estado democrático de direito, para expressar totalmente suas ideias sem esbarrar em algum dispositivo legal. Crime é crime, droga é droga.

Ainda sou do tempo em que apologia ao crime, também é crime, mas os participantes da tal passeata dizem que não se trata disso, apenas buscam liberdade para falar sobre o assunto. Discutível questão de ponto de vista, posto que podemos camuflar outros crimes em nome da liberdade de expressão.

A discussão sobre a liberalização do livre consumo da maconha é de uma fragilidade científica, moral e legal que dá até dó. Esta semana assisti a uma mesa redonda entre o diretor de cinema Fernando G. Andrade e o especialista em tratamento de dependentes químicos Ronaldo Laranjeira, comandada pela jornalista Mônica Waldvogel e percebi que os argumentos, oferecidos pelo aprendiz de cineasta, pela liberação são pífios, frágeis, sem consistência.

Está atrasada a discussão, isso sim, do que fazer para combater o uso das drogas, liberar não é a meu ver, e de muitos especialistas, a forma mais adequada.

É hora de repensar algumas formas de liberdade para não entrarmos num Estado anárquico!!!

domingo, 12 de junho de 2011

FELIZ DIA DOS NAMORADOS


Diz a lenda que...

Em Nápoles, havia uma moça muito bonita, cuja família não podia pagar o dote para ela se casar. Certa vez, a moça - ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antônio - pediu com fé a ajuda do Santo que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para entregá-lo a um determinado comerciante. No bilhete, ele pedia ao comerciante que desse a ela moedas de prata equivalentes ao peso do papel. O comerciante não se importou, achando que o peso daquela folhinha era insignificante. Mas, para sua surpresa, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o equilíbrio. Foi nesse momento que o comerciante se recordou que outrora havia prometido 400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa. Santo Antônio, então, viera fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim, casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antônio recebeu - entre outras atribuíções - a de "O Santo Casamenteiro".

Há os que ainda usam esta data para as tais simpatias para arrumar namorado. Se você está só e quer tentar... leia abaixo!

Comprar uma pequena imagem de Santo António. Virar o Santo Antônio de cabeça para baixo, dentro de um copo com água, dizendo que o porá de pé quando tiver arranjado namorado. (ai que maldade com o Santo!)

domingo, 5 de junho de 2011

HISTÓRIAS DA VIDA


Dia destes alguém me abordou com uma questão interessante, resolvi comentar por aqui, assim a conversa não se perde e outros poderão refletir.

Relacionamento afetivo é sempre muito difícil de discutir, nem sempre as pessoas estão preparadas para ouvir respostas, mas querem ouvir o que querem ouvir. A questão levantada era sobre o passado da outra parte do relacionamento. Dizia minha interpeladora sobre a vida pregressa de seu atual boy friend, segunda ela havia a possibilidade dele ter se relacionado com homem. Não vou entrar em mais detalhes, não gostaria de constranger ninguém, mas vamos pensar em algumas questões. Ah, ele nega!

A primeira questão é sobre a desconfiança. Relacionamento em que não há confiança, não há relacionamento verdadeiro. Se há necessidade de “vasculhar” a vida do outro para saber o que houve no passado, além daquilo que é dito, não há confiança. Também não quero aqui fazer apologia à confiança ampla, geral e irrestrita, mas confiar é confiar.

Outro fator me parece importante pensar das relações em geral. Há mesmo a necessidade de expor tudo quanto se passou anteriormente? Questionável isso! Acredito que cada um de nós tenha o direito a reservar fatos de sua história, sem querer abrir para quem quer que seja. Alguns poderão dizer, do caso específico, que ele não quer contar por envergonhar-se de seu passado, como me disse a interlocutora, ávida de um julgamento.

Não acredito desta forma. Creio, isso sim, na possibilidade de o outro não querer ser julgado. Na possibilidade de ser o fato em questão verdadeiro, qual o problema em ter tido ele relações com outro homem? Alguém por acaso fica preocupado quanto a relações anteriores se forem hetero? A sexualidade de cada um só diz respeito ao próprio indivíduo, desde que, obviamente, não se tenha nenhum comportamento promíscuo.

Por falar em promiscuidade, parece que há uma regra que toda relação não heterossexual (homo ou bissexual) seja promíscua. Quantos heterossexuais você, meu leitor, conhece que saem com tantos quantos aparecerem? Então a tal questão passa a ser preconceituosa.

Outro fato me ocorre, a necessidade que algumas pessoas têm de saber sobre a conduta sexual do outro, obviamente se este outro for presumivelmente homossexual. Será mesmo preciso revelar a sexualidade para se ter amizade? Será mesmo preciso revelar detalhes do passado para se relacionar?

A história de um relacionamento começa no momento do encontro, na primeira troca de olhares, a vida que cada um teve antes disso é a construção necessária para se chegar no relacionamento atual. Cada um vai revelando aquilo que acha importante. Se alguém não está preparado para ouvir, então é bom não perguntar.

Há uma questão importante que é o respeito ao outro, respeito ao ser que cada um de nós carrega e é. Lembra do telhado de vidro? Pois é, todo mundo tem ao menos uma telha de vidro em seu telhado, então não dá para jogar pedra no telhado do outro.

Abaixo vai a Ciranda da bailarina, do Chico Buarque, só para lembrar que todo mundo quer ser bailarina...

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda as seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho*
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...