domingo, 20 de junho de 2010

TRECHO DE LIVRO

"Como um adulto funcional com Síndrome de Asperger, uma coisa me preocupa profundamente sobre aquelas crianças que escolheram a segunda porta. Muitas descrições do Autismo e Asperger descrevem pessoas como eu 'não querendo contato com outras pessoas' ou 'optando por brincar sozinhas'. Eu não posso falar em nome de outras crianças, mas gostaria de ser muito claro sobre meus sentimentos: Eu nunca quis ficar sozinho. E todos aqueles psicólogos infantis que disseram 'John prefere brincar sozinho' estavam completamente errados. Eu brincava sozinho porque não conseguia brincar com outras crianças. Eu estava sozinho como resultado de minhas próprias limitações, e estar sozinho foi uma das mais amargas decepções da minha vida, quando criança. A dor aguda daqueles primeiros fracassos me seguiu durante a idade adulta, mesmo depois que eu aprendi sobre Asperger."

Este depoimento, trecho do livro "Olhe nos meus olhos" - John Elder Robison - nos leva à reflexão de quantos somos discriminados pela falta de preparo do outro. Isto nos faz atentos ao fato de que muitos profissionais utilizam-se de classificações (rótulos) para diagnosticar aquilo que nem sempre sabem. Certamente remete-nos à percepção da importância de melhor formarmos nossos profissionais.
O livro trata de uma síndrome, a de Asperger, mas bem pode ser transportado para tantas outras "síndromes" mal diagnosticadas. Claro que dá visão ao fato de que existem pessoas portadoras da Síndrome de Asperger que não são diagnosticadas, fazendo toda a diferença na compreensão delas, como no caso de outras síndromes.
Nós, profissionais da saúde, precisamos ser mais bem orientados e atentos ao fato de que para diagnosticar é preciso, antes, aprofundar e conhecer nosso objeto de estudo.
Fica aqui a dica de leitura do livro de John Robison.