segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ONDE ISSO VAI PARAR ?

Numa análise rápida, poderíamos afirmar que o jovem aí ao lado sofre de uma espécie de "transtorno de personalidade narcisista", mais precisamente o "narcisismo situacional adquirido", que aparece principalmente em indivíduos que experimentam o sucesso muito rápido.
O poder do sucesso lhes sobe à cabeça, fazendo com que sintam-se superiores aos outros (basta lembrar o que ele disse aos outros jogadores recentemente, quando começou toda a polêmica maior em torno dele). Personalidade instável, irritadiça, explosiva, tudo por conta de não ser atendido em suas solicitações, como se o mundo estivesse a seu serviço.
Indivíduos com este transtorno, apresentam uma falsa imagem imponente de si mesmos para esconder dolorosos sentimentos de vergonha, menos valia e inadequação. Embora a psicoterapia possa ajudar, ela é limitada, pois estes indivíduos, até mesmo pelo transtorno, quase nunca se permitem ser analisados, posto que se acreditam superiores a estes eventos e transtornos.
A ajuda só terá alguma eficácia a longo prazo, e estes indivíduos necessitam de acompanhamento por tempo indeterminado, necessitando, por vezes, de programas específicos para poderem se perceber em seu vazio interior. O mais provável, de início, seria uma terapia cognitivo-comportamental, onde o indivíduo passaria por uma recognição, assim poderia aprender a lidar com situações adversas em que surgem o comportamento inadequado. A seguir entraria num processo de aprofundamento em uma abordagem mais profunda (psicanalítica ou analítica), podendo trabalhar questões de origens e subjacentes ao seu problema.
Acredito que o cidadão em questão deva, o mais rápido possível, entrar em tratamento para que não se torne uma nova versão do goleiro Bruno, pois com toda a sua inadequação e senso de merecimento, o tal Neymar pode acreditar que pode tudo, até mesmo arbitrar sobre a vida do outro.
Por falar nisso, a diretoria do Santos já começou um processo de alimentação do narcisismo situacional adquirido quando demitiu o técnico, fortalecendo assim a inadequação do Neymar.
Assim, podemos imaginar onde isso pode acabar. Logo todos estarão a serviço dele, alimentando assim o seu sentimento de superioridade e a total indiferença pelos sentimentos dos outros.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

UM POUCO DE PSICOLOGIA E RELIGIÃO




Certa feita uma aluna me perguntou se eu tinha religião. Segundo ela, psicólogo não tem religião! Dia destes me peguei a ler alguns textos, passagens de escritores profundos, algumas escrituras sagradas que evocam o sacrário de cada um de nós. Busco sempre explicações plausíveis para a falta de sensibilidade e conhecimento de alguns.

Sei dizer que esta discussão entre religião e psicologia se faz presente desde sempre, e desde sempre busca uma resposta. Tenho a minha. Penso nas duas como complementares ao ser humano, posto que complementam o ser humano. O ser, este nunca pensado, pois onde se pensa é exatamente onde não é, este é o ser da psicologia.

Feito essência se faz ser psíquico, mas feito alma se faz ser religioso. Aquilo que a religião olha é o ser em sua integralidade, porém a psicologia o olha em sua parcialidade dos recônditos do psiquismo, do inconsciente. Inconsciente é o depósito de tudo quanto somos sem saber, sendo lá a infinitude de ser, mesmo sem saber.

Psicologia e religião se religam entre alma e essência, entre consciência e inconsciência. A exatidão de tudo, se formos tudo, nos mostrará o tecer das bainhas de nossas vidas costuradas a outras bainhas, pois só é o que não somos.

Ao consultarmos algumas passagens bíblicas constamos o óbvio: muitos princípios utilizados pela psicologia lá estão. Quem tem bom senso reterá as palavras até o momento oportuno, dito assim no livro do Eclesiástico, nos mostra a clareza de termos a alma elevada e atenta. Se temos êxito na busca ponderada, isto nos mostrará o verdadeiro equilíbrio existente sob a luz daqueles que pensam antes de agir, sendo este um conceito da psicologia.

Jung afirmava que “cada vida é um desencadeamento psíquico que não se pode dominar a não ser parcialmente”.

Psicólogo tem religião, sim. O que psicólogo não deve, isso sim, julgar a religião do outro que o procura, atendo-se tão somente a contribuir em suas reflexões acerca do estado espiritual de cada indivíduo feito paciente. Isto posto, mostra um tanto que ambas as esferas do arcabouço do ser humano podem, e devem absolutamente, caminharem lado a lado, sem se perderem em instâncias subalternas.

Nas esquinas da humanidade existem confluências e cruzamentos de conduções e convenções necessárias, mesmo sendo desnecessárias nalguns momentos, como a terceira perna de Clarice Lispector. Voltar a ser alguém que nunca fomos, posto que a ausência inútil de uma terceira perna nos faz encontráveis nos desencontros.

Não vacilarei, de geração em geração não serei infeliz (Salmos 10, 6). Ao buscarmos a noção exata daquilo que somos, nossa única forma de ser, será o encontro do estado de felicidade, basta dispor das terceiras pernas existentes em nossas vidas. Inúteis, embora necessárias ao aprendermos andar sobre duas pernas. Temos duas pernas, desejamos ser felizes.

Psicologia e religião, complementos visando o melhor do ser humano.