sexta-feira, 13 de maio de 2011

ABAIXO OS LIVRO DE GRAMÁTICA


Tio Abdul* tem razão quando afirma que é o fim dos tempos, e a maior contribuição agora é do Ministério da Educação e Cultura, aprovando um livro para ser usado nas escolas em que defende a não necessidade do uso de algumas regras gramaticais. Sob a égide do uso adequado e inadequado na maneira como as pessoas usam a língua, coloca em circulação o livro “Por uma vida melhor” a ser distribuído nas escolas públicas.

Agora vale tudo, quero dizer, vale falar sem a menor preocupação com as regras gramaticais, posto que há uma crença entre alguns maus intérpretes do construtivismo ao afirmarem que aprende-se de qualquer jeito e depois aprende-se o correto, neste caso o adequado. “Laissez faire, laissez aller, laissez passer**”, ou simplesmente laisser faire, dando força a uma espécie de liberalismo onde vale o salve-se quem puder.

Em nosso país ser culto, erudito, ou apenas saber expressar-se passa a ser distante dos ideais reformistas de alguns poucos. Ao invés de ensinar o correto, opta-se pelo comum, chulu, alheio a qualquer regra. Para que servem as regras? A autora do livro, Heloisa Ramos disse, em uma entrevista mostrada em rede nacional, que defende o ensino plural, mas o “plural” não é respeitado em seu livro – desculpem-me o trocadilho. Em seu livro a autora diz que nossa língua admite, por exemplo, a colocação “os livro”, mas adverte que em algumas situações a pessoa pode sofrer preconceito linguistico.

Se estamos falando de adequado e inadequado, não seria melhor ensinar desde logo o adequado? Penso que em breve estaremos questionando se é mesmo necessário alfabetizar alguém...

No mundo de hoje em que os pais estão cada vez mais sem conseguir ensinar regras, agora mandam seus filhos para a escola e lá também não se aprendem mais regras, nem mesmo as gramaticais.

* Personagem da novela O Clone vivido por Sebastião Vasconcelos

** Termo francês muito utilizado, significando: deixe fazer, deixe ir, deixe passar