domingo, 10 de maio de 2009

VALE A PENA VER


Havia lido o livro Divã, da Martha Medeiros, há algum tempo. Sensacional, indiquei e emprestei para um montão de gente. Ontem fui ver a versão cinematográfica com direção de José Alvarenga do filme homônimo. Sensacional, também. Tudo está perfeito no filme. Vi poucos filmes tão bem adaptados como este. Simples e denso, coloquial e profundo, tudo sem perder o tom.
Para nós, psicólogos, uma lição de como um processo terapeutico pode ser interessante; para nós, que somos humanos, para os estudantes de psicologia, um aprendizado... "uma terapia de grupo"(frase da personagem principal do filme, Mercedes).
Vai assistir? Então realmente prepare-se para uma terapia de grupo. Você vai gostar, além de se divertir a beça.
Prepare-se, você vai se ver em muitas cenas e muitos diálogos. É irritante como somos todos iguais, ou bem parecidos. Nossas vidas são tão previsíveis. Como é bom ver que todos precisamos mudar.
Abaixo vai um depoimento da atriz Lilia Cabral que transcrevi do site dO Globo.

"Acão!! O meu pensamento corre até 2003, quando decidi adaptar "Divã" para o teatro. Agora estamos em 2008 e "Divã" já está na lata, virou filme.
Ensaiando!
O Alvarenga, diretor, fala: — O tom é mais intimista, mais coloquial, devem ter mais ritmo, as falas, sem perder a verdade. Lembre-se que a tela é enooooorme. Tento novamente, afinal, de cinema conheço muito pouco.
Ensaiando!
— Isso Lilia, bem melhor, vamos rodar.
Rodar????
Acão!
— Ótimo, Lilia. Ótimo! Eu já acertei? Está tudo como ele pediu? Vou ver na revisão e estão todos muito felizes, já preparando tudo para a próxima seqüência. E lá vou eu, trocar de roupa, de cabelo, de maquiagem, vaidosa e insegura ao mesmo tempo. Os dias seguem, e eu já sinto algumas diferencas: olho pra luz com naturalidade, fico à vontade dentro do cenário, o Alvarenga tira todos os vícios de televisão, e eu obedeço, claro, porque percebo que somos cheios de vícios... Volto para 2004 e lembro dos meus ensaios da peça. Eu usando o Neco (Ernesto Píccolo) como analista de verdade, falando o texto como se eu estivesse dentro do consultório, só pra ele. Chego à conclusão de que eu jamais faria no cinema um personagem tão versátil, se não tivesse tido a experiência, que eu tive durante três anos, com o espetáculo. Concluo que o filme deu vida para história que eu contei, e se ela não tivesse sido inventada, eu não teria contado. Não há diferenca, há possibilidade. E eu passei por todas, feliz da vida. Beijos, Lilia."

Agora vai lá assistir, depois volta aqui e faça o seu depoimento.