segunda-feira, 3 de maio de 2010

PEQUENO PRÍNCIPE - uma obra completa para os sentimentos


"E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos."


Este é meu trecho preferido da obra de Saint-Exupéry, vale a pena ler, reler e compreender com o coração, afinal... "só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".

Acrescentei abaixo o mesmo trecho em francês, para quem quiser apreciar a obra no original.

"C'est alors qu'apparut le renard.
-Bonjour, dit le renard.
-Bonjour, répondit poliment le petit prince, qui se tourna mais ne vit rien.

-Je suis là, dit la voix, sous le pommier.
-Qui es-tu? dit le petit prince. Tu es bien joli…
-Je suis un renard, dit le renard.
-Viens jouer avec moi, lui proposa le petit prince. Je suis tellement triste…
-Je ne puis pas jouer avec toi, dit le renard. Je ne suis pas apprivoisé
-Ah! Pardon, fit le petit prince.
Mais après réflexion, il ajouta :
-Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
-Tu n'es pas d'ici, dit le renard, que cherches-tu?
-Je cherche les hommes, dit le petit prince.Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
-Les hommes, dit le renard, ils ont des fusils et ils chassent. C'est bien gênant! Il élèvent aussi des poules. C'est leur seul intérêt. Tu cherches des poules?

-Non, dit le petit prince. Je cherche des amis.Qu'est-ce que signifie "apprivoiser"?
-C'est une chose trop oubliée, dit le renard. Ca signifie "Créer des liens…"
-Créer des liens?
-Bien sûr,dit le renard. Tu n'es encore pour moi qu'un petit garçon tout semblable à cent mille petits garçons. Et je n'ai pas besoin de toi. Et tu n'a pas besoin de moi non plus. Je ne suis pour toi qu'un renard semblable à cent mille renards. Mais, si tu m'apprivoises, nous aurons besoin l'un de l'autre. Tu seras pour moi unique au monde. Je serai pour toi unique au monde…
-Je commence à comprendre, dit le petit prince. Il y a une fleur… je crois qu'elle m'a apprivoisé…
-C'est possible, dit le renard. On voit sur la Terre toutes sortes de choses…
-Oh! ce n'est pas sur la Terre, dit le petit prince. Le renard parut très intrigué :
-Sur une autre planète ?
-Oui.
-Il y a des chasseurs sur cette planète-là ?
-Non.
-Ca, c'est intéressant! Et des poules ?
-Non.
-Rien n'est parfait, soupira le renard.
Mais le renard revint à son idée :
-Ma vie est monotone. Je chasse les poules, les hommes me chassent. Toutes les poules se ressemblent, et tous les hommes se ressemblent. Je m'ennuie donc un peu. Mais si tu m'apprivoises, ma vie sera comme ensoleillée. Je connaîtrai un bruit de pas qui sera différent de tous les autres. Les autres pas me font rentrer sous terre. Le tien m'appelera hors du terrier, comme une musique. Et puis regarde! Tu vois, là-bas, les champs de blé? Je ne mange pas de pain. Le blé pour moi est inutile. Les champs de blé ne me rappellent rien. Et ça, c'est triste! Mais tu a des cheveux couleur d'or. Alors ce sera merveilleux quand tu m'aura apprivoisé! Le blé, qui est doré, me fera souvenir de toi. Et j'aimerai le bruit du vent dans le blé…
Le renard se tut et regarda longtemps le petit prince :
-S'il te plaît… apprivoise-moi! dit-il.
-Je veux bien, répondit le petit prince, mais je n'ai pas beaucoup de temps. J'ai des amis à découvrir et beaucoup de choses à connaître.
-On ne connaît que les choses que l'on apprivoise, dit le renard. Les hommes n'ont plus le temps de rien connaître. Il achètent des choses toutes faites chez les marchands. Mais comme il n'existe point de marchands d'amis, les hommes n'ont plus d'amis. Si tu veux un ami, apprivoise-moi!
-Que faut-il faire? dit le petit prince.
-Il faut être très patient, répondit le renard. Tu t'assoiras d'abord un peu loin de moi, comme ça, dans l'herbe. Je te regarderai du coin de l'oeil et tu ne diras rien. Le langage est source de malentendus. Mais, chaque jour, tu pourras t'asseoir un peu plus près…
Le lendemain revint le petit prince.

-Il eût mieux valu revenir à la même heure, dit le renard. Si tu viens, par exemple, à quatre heures de l'après-midi, dès trois heures je commencerai d'être heureux. Plus l'heure avancera, plus je me sentirai heureux. à quatre heures, déjà, je m'agiterai et m'inquiéterai; je découvrira le prix du bonheur! Mais si tu viens n'importe quand, je ne saurai jamais à quelle heure m'habiller le coeur… il faut des rites".

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ALEGRIA


A alegria é sempre contagiante e as pessoas mais alegres certamente vivem mais, ou ao menos mais leves e de bem com a vida.
O dia ensolarado nos tráz um sabor especial, mas nem por isso os dias nublados necessitam ser ruins. A vida é tão maravilhosa, não vale a pena nos permitirmos não vivê-la como ela merece ser vivida.
Ria mais, caminhe mais, suspire mais, seja mais! Olhe no espelho e veja a melhor pessoa do mundo.
Sorria, mesmo sem estar sendo filmado.

sábado, 17 de abril de 2010

NOVIDADE


Agora também você poderá seguir o Falando Nisso pelo twitter.com/_falandonisso, principalmente às 6ªs feiras durante nosso programa pelos 98,9 da Criativa FM de Botucatu.

sábado, 3 de abril de 2010

PÁSCOA


Páscoa é renascimento...
É passagem...
É mudança e transformação...
É ser novo um mesmo ser
Que recomeça pela própria libertação.
Fica para trás uma vida cheia de poeira
E começa agora um novo caminhar
Cheio de luz, de fortalecimento,
Esperanças renovadas,
E um arco-íris rasga o céu
E parece balbuciar que Jesus ressurgiu
para nos provar que o amor
incondicional existe, assim como a vida eterna.
Feliz Páscoa!

sábado, 27 de março de 2010

SENTENÇA

Olha pessoal, alguns problemas técnicos ocorreram e ainda não consegui postar o programa de ontem, mas estou postando o áudio da sentença do casal Nardoni (proferida pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do júri do fórum de Santana, na cidade de São Paulo) que, principalmente para os estudantes de Direito, é bem interessante de saber que a Justiça também é feita, sim!!! Aliás, para todos nós é muito bom saber que a justiça foi praticada também neste caso.


segunda-feira, 15 de março de 2010

REFLEXÃO





"Se todos os seus esforços forem vistos com indiferença, não desanime, pois Sol ao nascer dá um espetáculo todo especial e no entanto a maioria da platéia continua dormindo".

Até onde sei esta frase não tem um autor conhecido, mas serve para a reflexão nossa diária.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

NOSSA AULA - 2


Este material é para que vocês revejam a aula e relembrem aspectos dela e assim estudem melhor. Use para complementar os seus apontamentos feitos durante a aula e com nossa apostila, desta forma você terá um material bem interessante e funcional para seus estudos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

EU QUERO É BOTAR, MEU BLOCO NA RUA...


Se você é daqueles que no carnaval acha que o mundo vai acabar, saiba que isto é bem possível, basta não se cuidar. Por mais que se façam campanhas e mais campanhas de conscientização, para algumas pessoas carnaval é tempo de liberação geral. Curta a festa, libere as fantasias, mas se cuida!!!
Alguns aproveitam para dar uma trégua para tudo que é ruim, outras querem sossego, outras ainda se retiram de tudo. Não importa qual a sua, só não deixe a alegria abandonar você. Viva feliz, afinal, gente é para brilhar, gente!!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NOSSA AULA



Caros alunos, esta é nossa aula de hoje, ela deverá auxiliá-los nos estudos. Junte ao video os textos da apostila e bons estudos.

Abraço!!!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

COMPORTAMENTO


Não sou Flamengo, não tenho uma nega chamada Tereza, mas em fevereiro... tem Carnaval. Aliás, tem muito mais que Carnaval. As aulas recomeçam, as férias terminam, até nas igrejas as pessoas já estão voltando (como se Deus por acaso tirasse férias), mas aos poucos a vida volta ao normal.
Felizmente este ano o Carnaval é bem cedo, assim os folgados de plantão não terão a chance de dizer que a vida só começa em sei lá quando, por causa da festa de Momo.
Assim é a vida, um montão de atitudes feitas de viver e que fazem do viver algo bem mais interessante do que festa de Carnaval. Nada contra, mas não dá prá aturar o putz cutucz putz cutuucz putz cutcz, txi tum tum txi tum tum... por muito tempo, tem lugar que já está nesta desde o Reveillon!!!
Vamos ao que interessa e logo já peço cuidado! É, muito cuidado para não ser a próxima Geisy (a ex-estudante de turismo, com aquela cara e roupa, já viu que tipo de turismo...), em versão remode, de plantão com o início das aulas. Por mais que ela tenha conseguido uma recauchutada, nem sempre isso dá certo, alias na maioria das vezes nem dá, certo!!! Renato Russo tinha razão... "que país é este", um dia a mulher quase é linchada, no dia seguinte é aclamada como rainha de bateria, ganha lipo, cabelo novo, aplicação de silicone, entre outros adereços, ah, é carnaval. Só isso... não!!! E a policial que faz declarações em rede nacional sobre suas, digamos, preferências na cama e é chamada de "vagabunda" pelo coronel responsável pela corporação dela? Ai meu Deus!!!
Aqui é um blog de psicologia, então faz todo o sentido do mundo discutirmos estes comportamentos e atitudes de pessoas aspirantes a celebridades instantâneas, no mundo de faz de conta que elas realmente são lindas. Este tipo de comportamento é que dita algumas regras de conduta para esta sociedade dita pós-moderna. Que medo!!!
Então você, estudante de psicologia vai refletindo nisso, viu!!! Quem sabe juntos possamos alterar algo, auxiliando pais desavisados, num país em desvario que "Educar, é a solução!!!"


(na foto a famigerada antes da lanternagem, como dizem os cariocas. E se o porto é de pedra, a cara é de pau e o restante gordura trans e silicone)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

FAMÍLIA PERFEITA


Há pessoas que se orgulham de ter a família perfeita, com filhos perfeitos, na casa perfeita e vivem se enganando quanto a perfeição da vida. Acredito que não haja nada completamente perfeito, posto que aquilo que é perfeito não precisa de nenhuma mudança, ou alteração. Isso não existe! O que existe são pessoas que buscam no cotidiano da vida melhorar a sua condição de vida, isso é o normal.
Fico muito apreensivo quando vejo coisas tão perfeitas, pois vou logo olhando o que estão querendo esconder. A perfeição, me parece, está em buscar atualizar diariamente a vida. Nada é totalmente perfeito que não possa dar um probleminha aqui, outro acolá...
Penso que as pessoas deveriam muito mais viverem a vida sem tentarem mostrar para ninguém a perfeição aparente, que não existe em essência. O dito pelo Gonzaguinha, "viver e não ter a vergonha de ser feliz", isso é que é viver. E viver é assim, nada perfeito, mas com vontade plena de não ter vergonha de ser feliz.
Vai pensando em quanto isso pode ser melhor do que acreditar que tem tudo perfeito. O que está perfeito não precisa ser alterado em nada, fazendo da vida algo tão sem graça.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

Encontrei este video em meus arquivos e creio que sirva bem para esta época do ano!!! Tenham todos, meus amigos, leitores, entre outros um Santo Natal Cristão e um Ano Novo repleto de muita Paz e Sucesso.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Suzane Von Richthofen é dissimulada, diz laudo técnico


(Segundo psicólogo, pessoa dissimulada esconde a verdade emocional. MP protocolou parecer contrário a sua transferência ao semiaberto.)

Um laudo criminológico elaborado por dois psiquiatras, dois psicólogos e uma assistente social indica que Suzane Von Richthofen, ré confessa do assassinato dos pais, é dissimulada. O Ministério Público de Taubaté protocolou na Justiça um parecer contrário à transferência da jovem ao regime semiaberto.

Segundo o psicólogo Gilberto Rodrigues, a pessoa dissimulada esconde a verdade emocional. “Quando ameaçado, toda essa bondade, esse carinho, ficam em segundo plano e ela age descontroladamente”, afirmou.

As opiniões dos autores do laudo, porém, diferem quanto à periculosidade de Suzane. Os psiquiatras concluíram que a acusada não tem doença mental que ofereça perigo; já a assistente social e os dois psicólogos foram contra a saída dela da prisão. Conforme parecer da penitenciária, Suzanne é considerada uma presa exemplar.

Tanto o laudo como o parecer haviam sido pedidos pelo promotor do caso, Paulo José de Palma. “Nós apreciamos não apenas o trabalho técnico, mas apreciamos os antecedentes dos crimes, a forma como os crimes foram cometidos, e o comportamento da executada após os delitos”, disse.

Após essa análise, o promotor afirma ser contra a transferência de Suzane para o regime o semiaberto.

Penitenciária

Condenada a 38 anos de prisão, Suzane está presa há quase seis anos. Funcionários da penitenciária onde ela cumpre pena disseram ao programa Fantástico, da TV Globo, que ela apresenta bom comportamento. “Não se envolve em nenhum problema dentro da cadeia, não é fofoqueira, não é nada. Tranquila, na dela. Trabalha todo dia, o dia inteiro e ajuda também em outras áreas quando é necessário”, revela.

O trabalho na fábrica de roupas da penitenciária contribui para reduzir a pena de Suzane. Nas contas da Justiça, ela já cumpriu um sexto da condenação, tempo mínimo para ter direito ao regime semiaberto. Mas para conseguir o benefício, Suzane ainda tem de passar por um outro teste: um laudo criminológico feito por técnicos do estado e um parecer do presídio com um relatório das pessoas que convivem com ela. (retirado do site G1)


Este texto foi postado para que nós, psicólogos, possamos refletir sobre a importância de nosso papel e de primarmos pela melhor formação dos profissionais da psicologia. Nossa formação tem que se adequar aos novos campos de atuação, pois a psicologia pode ajudar a manter longe da sociedade indivíduos que não têm como conviverem com outras pessoas, neste caso os dissimulados. Obviamente que também a psicologia serve para comprovar outros aspectos que podem favorecer o indivíduo.

O ofício do psicólogo hoje ultrapassa as fronteiras do setting terapêutico, podemos atuar em todos os lugares em que o ser humano também esteja, nosso foco é o comportamento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CARTAS ENTRE AMIGOS


Não entendo a tristeza como ausência de felicidade.
Acho que elas coexistem. Somos felizes e tristes. Felizes
porque tentamos entender a nossa missão. Tristes porque
assim tem de ser. A tristeza nos empresta respeito ao outro e
percepção mais aguçada da dor. Talvez tristeza seja ausência
de alegria, de riso fácil, não de felicidade.
Hoje é véspera de um outro dia qualquer e eu estou triste.
Acordei com saudade do meu pai. Tantas coisas aconteceram
em minha vida depois que ele se foi. Meu pai. Quando eu escrevi
a sua história como um presente em seu aniversário de 80 anos,
não tive dúvidas quanto ao título: Memórias de um Homem
Bom. Sua simplicidade falava-me de um Deus que mora na
ternura e que acolhe. Sua sabedoria falava-me de um Deus que
não julga, mas compreende; que não afasta, mas ama. Seu olhar
permitia-me viajar por aventuras ora corretas, ora necessárias
para a minha curiosidade. Caí algumas vezes. Mas eu sabia que
ele estava ali para qualquer arranhão mais doloroso. Ele não
está mais aqui comigo. Está em mim, porque trago muito do
que ele deixou. Mas não me abraça. Não sorri para mim. Não
me diz coisas que cicatrizem as minhas feridas. Tenho saudade
do meu pai, padre. Do seu colo, das suas cantigas amadoras, das
histórias recontadas de uma vida marcada pela dor. Meu pai
sofreu muito. E sem lamúrias. Minha fortaleza partiu para junto
de Deus. Eu entendo que estamos aqui de passagem. Tenho fé
de que há um outro porvir, um lindo céu, que nos aguarda, mas
isso não retira de mim a saudade que dói.

(trecho do livro "Cartas entre Amigos" de Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo)

Adorei ter entrado em contato com esta obra de grande espiritualidade e ensinamentos sobre a vida contemporânea, a vida é isso mesmo, um conjunto de fatos envolto em emoções sadias, doentias, mas sempre emoções precedidas de fatos. Precisamos entender qual o propósito de estar vivo, posto que todos estamos de passagem.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

SUS - 20 ANOS


Modelos de Atenção

Os modelos de atenção, propostos em nosso país, seguem normatização estabelecida a partir de novos rumos, paradigmas e olhares substitutivos aos modelos arcaicos e centralizados na hospitalização, baseados na saúde curativa. Importante, nesta reflexão, ressaltar que tal modelo contextualizado segue diretrizes históricas construído tijolo a tijolo na luta de tantos operários da saúde em nosso país.

A longa viagem de construção, apenas citando aspectos mais recentes, inicia-se na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde (1978), donde surge a Declaração de Alma-Ata, marco inicial da ruptura dos modelos arcaicos e translado para novos horizontes. Até a Conferência de Alma-Ata, modelos de atenção à saúde eram centrados em hospitais e na alta complexidade, ficando a atenção básica para segundo plano.

Somente com o início da municipalização dos serviços de saúde, nos anos 80, é que este modelo começa a ser alterado. O grande avanço deu-se, em nosso país, a partir da promulgação da constituição de 1988, batizada por Ulisses Guimarães de “Constituição Cidadã”, pois incorporou o compromisso com a dignidade da pessoa humana, bem como incorpora as grandes conquistas do bem estar. Assim sendo, iniciava-se o processo em que o protagonismo cidadão marca esta passagem histórica, oferecendo direitos aos trabalhadores, aos pobres, às minorias, aos mais fragilizados, ingressando toda a sociedade na senda da justiça social e dos valores de atenção. A atenção básica entrava, a partir de então, na agenda dos gestores dos municípios, denotando avanços progressivos das redes de atenção básica.

Sob esta égide nascia, há 20 anos o SUS, mais uma conquista da constituição cidadã de 1988, que têm como objeto fundamental a universalidade, a integralidade, a equidade, a descentralização e a hierarquização.

Modelos de atenção “têm sido definidos como combinações tecnológicas utilizadas pela organização dos serviços de saúde em determinados espaços-populações, incluindo ações sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos comunitários e usuários de diferentes unidades prestadoras de serviços de saúde com distinta complexidade (postos, centros de saúde, hospitais, etc.)” (Paim, J. S.).

O olhar, desta forma, é direcionado a reunir os aspectos tecnológicos, os avanços das tecnologias, as novas formas de pensar os recursos humanos, oferecendo atendimento diferenciado, beirando o individualizado até certo ponto, promovendo o bem-estar da coletividade.

Reflexões em torno de modelos de atenção, precisam levar em consideração a trajetória sócio-histórica pela qual passou toda a reestruturação do sistema de saúde. Atualmente, como afirma Paim, oscilamos entre o modelo médico-assistencial privatista e o modelo assistencial sanitarista. Independente de qualquer questão, há necessidade de reconhecer-se a falência deste sistema para assumir-se a evolução proposta quando da implantação do SUS.

As demandas e solicitações de universalidade e integralidade propostas pelo SUS ampliaram-se e o momento é de refletir sobre a equidade, posto que as verdades do modelo instituído caem por terra e um novo modelo de atenção precisa ser instituído em substituição ao modelo assistencial simples.

Questões de promoção à saúde precisam estar a baila, deixando de lado o mal necessário obtido por meio de campanhas, pois criam retrocessos às políticas de saúde e humanização.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

De Salomé a Salomão, um retrato do amor em meu viver, crônica de um pensar em amor – por pura inspiração



Li, certa vez, um texto de Lou-Andreas Salomé, denominado “hino à morte”, ao qual sempre me refiro e lembro.


No dia em que eu estiver no meu leito de morte

Faísca que se apagou -,

Acaricia ainda uma vez meus cabelos

Com tua mão bem-amada

Antes que devolvam à terra

O que deve voltar à terra,

Pousa sobre minha boca que amaste

Ainda um beijo.

Mas não esqueças: no esquife estrangeiro

Eu só repouso em aparência

Porque em ti minha vida se refugiou

E agora sou toda tua.

Isso me faz refletir nas agruras do amor – e da morte. Lou-Andreas Salomé, nascera Louise von Salomé em San Petesburgo, era daquelas mulheres que encantava a todos. Filósofos, intelectuais, artistas, ou como lhe escrevera Freud um dia “você tem um olhar como se fosse Natal”. Fez, Lou Salomé, viva e apaixonada. Apaixonante viveu e apaixonou. Deixando-nos lições de amor.

Amando, sinto, morremos para a vida terrena e passamos a viver sob verdades absolutas de um firmamento existente somente no coração daquele que ama, de contentamento cheio de parcialidade e lirismo. A morte de tudo quanto acreditamos se consolida em nossas certezas, fazendo-as cair por terra. Vivemos. Simplesmente vivemos. Vivemos uma vida diferente e estranha, mas na morte de tudo quanto acreditamos é que buscamos por meio do amor e do amar novas verdades.

Verdades como a coerência. Verdades como a alegria. Verdades como a própria verdade, que nos invade e nos torna inteiros. Assim é amar, em minha reflexão simbólica de morte. Morremos, sim, morremos para crenças desacreditadas. Morremos para certezas incertas. Moremos para vidas sem vida.

Quem ama sabe que o olhar é como se Natal fosse todo dia. Quem ama sabe da existência da mais pura verdade de coração entremeado de alma. Entre silêncios e palavras há questões não ditas, porém entendidas entre os que amam. Amantes, dizem alguns autores dos que amam.

Encontrar o amor, em verdade, é ter o encontro com a morte do que fomos, sem amar, ou amor. Bom falar de amor, nos faz leves, em que pese o peso do amar com profundidade que, como tudo, tem seu preço. Em que pese o preço de amar em profundidade, posto que não há amor se não houver profundidade, a vida percorre cada entranha de nosso ser ao amarmos na certeza de nossas escolhas.

Escolhas. E o que são escolhas, se não o decretar a morte de certezas que não mais existem? Certezas que dão lugar a lugares de diferentes cores. Se há cor, há vida nova, como se a primavera enchesse-nos de flores e vida. Vida, princípio da morte.

Falar de amor, deixando de lado a morte, é falar de vida que engrandece o menor dos corações. Amor, que mesmo nas partidas, se vai junto ao peito e se esvai no peito. Amor de amantes e cheiros, de corpos e peles, de sensação e emoção. Pura emoção.

A certeza do amor em Salomé me faz crer, em possibilidades reais, na verdade da entrega e da busca, até um final, mesmo que não o saibamos. Amar faz cicatrizes em nosso peito e ser. Cicatrizes lembradas, dignamente, de momentos vívidos vividos, cicatrizes encontráveis. Cicatrizes como terceiras pernas, dito por Clarice Lispector em seu “A paixão”.

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Peguei-me a pensar e questionar-me. Por que escrever sobre o amor, se tantos já o fizeram? Talvez pela certeza de que amar é ímpar, em qualquer um. Amar é inigualável e escrevê-lo, tanto quanto descrevê-lo, passa a ser infinitamente diferente, numa mescla de ocorrido, pensado, escrito e vivido.

Amar não é uma resposta, mas gera infindáveis perguntas de infindáveis respostas. Lugar comum dizer do amor em transformação, mas necessário dize-lo. Amor transforma. Enquanto não amamos nos encontramos, ao menos pensamos ser encontráveis. Amor desestabiliza e nos conduz à estabilidade, posto que amar é controverso, porém unidirecional. Olhamos para um mesmo lado, isto é amar.

Escrever sobre o amor e o amar como cartas de amor ridículas “mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”, como disse Pessoa em seu Álvaro de Campos, o ridículo é não amar e, por conseguinte, não escrever sobre o amor.

Bom de amar é a leveza com a qual nos deparamos nos instantes mais ínfimos e íntimos de nossos dias. Amar todas às vezes como se fosse a última, na construção divina de amar sem preconceito nem conceito de nada, apenas amar, amor não tem conceito. “Existe muita loucura no amor, mas também existe muita razão na loucura”, ensinou Nietzsche.

E por que falar de Lou Salomé, em se tratar de amor? Porque a paixão de amar foi a tônica de vida de sua vida vivida entre amores e paixões de amor. Entre vidas e mortes de amores perdidos e escondidos. Porque vivemos de amores escondidos de nós mesmos, mas precisamos de liberdade de ser para amar, e amar na liberdade do ser. Porque amo com liberdade, mas precisei decretar a morte daquilo que me era uma terceira perna, arrancando de mim um membro inerte, para olhar novamente para mim inteiro, não um alijado de mim mesmo. Inteiro afinal. Amante e amado, em essência e consonância comigo mesmo.

Por que não falar de amor, se amo em verdade? Por que? A vida que não é examinada, não vale a pena ser vivida, decretou Sócrates, determinando a exatidão de examinarmos nossas vidas, fazendo valer a pena viver no amor e amar em vida. A vida, de quem ama, é contada em verso e prosa, da própria prosa de nossos versos interiores, em cores luminosas, fulgurantes.

Amar por decreto, por determinação. Por decreto e determinação na cristandade existente em cada um de nós, filhos que somos de um Deus de amor, ensinante de amor em seu filho enviado na disseminação do amor. A arte de amar na determinação de vida, divina vida, decretada e deitada em verso e prosa; prosa que o verso mostra em sapiência dos amores vividos vívidos nas lembranças. Amores que em cicatrizes nos fazem exultantes de amar a quem nos permite a liberdade de amar com amor.

Quando penso em meu amor, minha amada, me sinto invadido de Salomão, o rei, em seus cânticos a dizer que Teus lábios são como um fio de púrpura, e graciosa é tua boca. Tua face é como um pedaço de romã debaixo do teu véu; Teus lábios, ó esposa, destilam o mel; há mel e leite sob a tua língua. Aprendemos amar, amando, na admiração narcísica de nós mesmos, posto que nos encontros com o outro amado é que nos encontramos em nossas entranhas, por vezes estranhas. Na beleza de amar, na inconsciência de nós mesmos despertamos, por sermos despertados em olhar, mesmo sem nos darmos conta.

Difícil se torna a arte da escrita de amor, se não amamos. Hoje posso dizer que a escrita flui na arte de deitar em linhas tão somente fatos vívidos vividos neste amar presente, em que pese o futuro de nossas ações construídas tijolo a tijolo em nossos dias, mesmo em tempestades, que prenunciam bonanças em que possamos avistar as cores de um arco-íris que liga os potes de ouro em cada um de nossos corações.

Por que falar de amor, quando tantos já o fizeram? Porque amo e sou amado, na gentileza da vida que me propus a viver, em proposta mutua de vida, pactuada num ritual de bênçãos entre seres amados, nascido na manjedoura encravada no seio da família que me acolheu como a um presente em presença e espírito.

Assim, reconto a vida de amor, de meu presente, de presente, rumo ao futuro presente em minha expectativa de viver. - Levanta-te, vento do norte, vem tu, vento do sul. Sopra no meu jardim para que se espalhem os meus perfumes. Entre meu amado no seu jardim, prove-lhe os frutos deliciosos, mais uma vez num imperativo de Salomão, em que obedecemos por amar. E amo. E a amo.

domingo, 25 de outubro de 2009

A Fábula do Porco-Espinho

Durante a era glacial, muitos animais

morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação,

resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam

e se protegiam mutuamente; mas, os espinhos de cada
um feriam os companheiros mais próximos,

justamente os que ofereciam maior calor.
Por isso decidiram afastar-se uns dos outros

e voltaram a morrer congelados.


Então precisavam fazer uma escolha:

ou desapareceriam da Terra ou aceitavam
os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver
com as pequenas feridas que a relação

com uma pessoa muito próxima podia causar,
já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram!

Moral da História:

O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e consegue admirar suas qualidades.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

BULLYING



O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.

sábado, 3 de outubro de 2009

SALVE GERAL - um excelente filme



Olha pessoal, vale a pena assistir a este filme, só para lembrar e refletir, é claro, que muitas vezes o julgamento do outro poderia ser melhor avaliado. Nunca sabemos os motivos reais que levam uma pessoa a fazer algo, mas vale a pena olhar e ponderar. Leiam a sinópse e podem ir assistir...

No Dia das Mães de 2006, a cidade de São Paulo está sitiada. Ataques a delegacias de polícia, ônibus incendiados, ameaças a shoppings, metrô e aeroportos. Quem lidera a ação é o Comando, uma poderosa organização criminosa.

No meio do caos está a viúva Lúcia, uma mulher simples de classe média, que passa por dificuldades financeiras e tem uma missão: tirar o filho adolescente da cadeia. Rafael, 18 anos, está preso por ter se envolvido num incidente que acabou em um assassinato.

Nas visitas ao filho na penitenciária, Lúcia conhece Ruiva, advogada do professor, líder do Comando. A empatia entre as duas é imediata e Ruiva começa a usar Lúcia em algumas missões ligadas à sua organização. Lúcia precisa de dinheiro e por isso vai aceitando os desafios, no limite entre a legalidade e o crime.

Paralelamente, o Comando vive uma acirrada luta interna de poder e ao mesmo tempo enfrenta o inimigo comum: o sistema penitenciário. A crise entre prisioneiros e o sistema carcerário se agrava e, numa demonstração de força, o governo transfere de uma só vez centenas de presos de alta periculosidade para presídios de segurança máxima do interior do Estado. A reação é imediata. O Comando envia seu códido: Salve Geral. E São Paulo vira um inferno.

Inspirado em fatos reais, "Salve Geral" conta uma história de ficção das mulheres por trás do Comando e mostra que quando a lei e a ética são postas em questão o que impera é a força.